Polícia Federal revela que rede social X financiou contas bloqueadas de bolsonaristas, agitando discussões sobre liberdade de expressão e responsabilização digital no Brasil.



A Polícia Federal (PF) do Brasil revelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a plataforma de redes sociais X, anteriormente conhecida como Twitter, permitiu que perfis associados a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro continuassem a receber financiamento, mesmo após a determinação judicial para o bloqueio dessas contas. A investigação apura possíveis irregularidades relacionadas a um inquérito sobre a disseminação de informações falsas.

Durante a análise, a PF encontrou indícios de que os perfis bloqueados estavam recebendo doações, inclusive na forma de criptomoedas, o que levanta questionamentos sérios sobre a eficácia das medidas judiciais estabelecidas. Dentre os perfis que foram identificados nessa investigação, destacam-se o do blogueiro Allan dos Santos, considerado foragido da Justiça, do jornalista Rodrigo Constantino e do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que foi indiciado por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Um dos aspectos mais controversos relatados pela PF é que, apesar do bloqueio, os usuários podiam financiar os perfis por meio de botões e informações disponíveis na plataforma, evitando a necessidade de utilizar redes privadas virtuais (VPNs). Essa situação levanta um debate sobre a responsabilidade das redes sociais em monitorar e restringir conteúdos que possam ameaçar a segurança democrática.

O bloqueio da rede social X durou quase 40 dias no Brasil, após a empresa descumprir várias ordens judiciais para encerrar contas que promoviam discurso de ódio e antidemocrático. Na época, o fundador da plataforma, Elon Musk, fez críticas contundentes ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador brutal”, acusando-o de censura. O incidente provocou uma nova discussão entre os ministros do STF sobre a responsabilidade das redes sociais em relação ao conteúdo extremista que circula em suas plataformas.

As revelações sobre o financiamento de contas bloqueadas expõem um dilema para as autoridades brasileiras e para a sociedade, que debatem continuamente o papel das redes sociais na disseminação de informações e em possíveis ameaças à democracia. A continuidade dessas investigações será fundamental para esclarecer as responsabilidades legais que a plataforma pode enfrentar em relação a ações de seus usuários.

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