Um mandado de prisão preventiva foi expedido contra Professor, que tem como base o Complexo do Alemão, na Zona Norte da cidade. No entanto, ele ainda não foi localizado e é considerado foragido. O traficante já havia sido preso pela PF em 2015 por contrabando de drogas e armas, tendo contatos comerciais no Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia. Condenado a 14 anos, ele deixou a cadeia em 2018 após receber o benefício da Visita Periódica ao Lar e não mais retornar ao Instituto Penal Edgard Costa.
Segundo o delegado Flávio Márcio Albergaria Silva, superintendente da PF na Bahia, as investigações tiveram início quando duas pessoas foram presas com 23 pistolas e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores, no ano de 2020. A partir daí, as investigações avançaram para apontar Diego Hernan Dirísio como o responsável pela operação de importação do material bélico.
Dirísio é o dono da empresa que importou para o Paraguai milhares de pistolas, munições e fuzis de vários fabricantes europeus, com a finalidade de vendê-los a quadrilhas de traficantes no Brasil. Após chegarem em Assunção, capital paraguaia, as armas tinham a numeração raspada e eram repassadas para as principais facções criminosas brasileiras, Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comanda da Capital (PCC). Desde 2020, 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiros.
A operação cumpriu um total de 31 mandados de prisão (preventivas ou temporárias) e outros 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e Estados Unidos, e contou com a cooperação internacional da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) e com o Ministério Público do Paraguai. O ministro da Justiça, Flavio Dino, afirmou em coletiva de imprensa que a ação com o Paraguai fechará a via logística para a realização dessas operações das duas maiores facções brasileiras.