Polícia Federal apresenta novos indícios ao STF sobre Wajngarten e ocultação de joias milionárias recebidas por Bolsonaro da Arábia Saudita.

A Polícia Federal (PF) apresentou recentemente novas evidências ao Supremo Tribunal Federal (STF) que podem levar a um indiciamento mais substancial do advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo Bolsonaro. As investigações giram em torno de um esquema que envolve a venda ilegal de joias recebidas como presentes pelo governo brasileiro da Arábia Saudita durante a gestão de Jair Bolsonaro.

De acordo com a PF, Wajngarten teria participado ativamente na manobra de ocultar e recuperar joias oriundas desse presente, suscitando suspeitas de associação criminosa e lavagem de dinheiro. No total, 12 pessoas estão sendo investigadas neste caso, incluindo Bolsonaro, que teria se beneficiado com a venda de quatro conjuntos de joias, avaliadas em cerca de R$ 7 milhões, bilionários no mercado internacional. Os conjuntos incluem relógios de marcas renomadas como Rolex e Patek Philippe, além de esculturas valiosas.

Um ponto central das novas evidências é uma procuração assinado por Bolsonaro, que designava Wajngarten como representante no Tribunal de Contas da União (TCU) para gerenciar a movimentação das joias, especificamente um kit conhecido como “ouro rosê”. A PF ressaltou que a estratégia utilizada por Wajngarten para a recuperação das joias era semelhante àquela aplicada por Mauro Cid, tenente-coronel e ex-assessor de ordens de Bolsonaro, em outra fase do esquema.

Diante das acusações, Wajngarten imediatamente negou todo o envolvimento, afirmando que apenas atuou como assessor técnico e que tomou conhecimento da procuração através da mídia. Ele enfatizou que sua postura estava em conformidade com as normativas vigentes na época, buscando apenas cumprir as obrigações associadas ao cargo que exercia.

As investigações também apontam que as joias foram recebidas por Bolsonaro em 2022 e transportadas no avião oficial. Em um dos episódios mais controversos, o general Cid, atuando em Miami, teria recebido uma quantia significativa pela venda de dois relógios, jogando luz sobre a complexidade e a gravidade das práticas de gestão de bens do governo à época.

No desdobramento desse caso, é importante destacar que, em agosto de 2023, Bolsonaro, sua ex-esposa Michelle e Wajngarten foram convocados a depor, mas optaram pelo silêncio. Mauro Cid, após passar quatro meses em prisão preventiva, tornou-se um delator e confessou seu papel em questões que envolvem tanto a venda das joias quanto fraudes relacionadas a cartões de vacinação.

Esses eventos adicionam tensões ao cenário político brasileiro, especialmente diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030, após ter sido condenado por abuso de poder durante as eleições presidenciais. As complicações nesse caso continuam a se desenrolar, refletindo a necessidade de uma análise aprofundada sobre a ética e a legalidade das ações dos envolvidos.

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