A tensão aumentou quando admiradores de Bolsonaro começaram a organizar um “buzinaço” como forma de manifestação contra a decisão judicial que os descontentou. O objetivo da restrição de acesso era especificamente impedir que os manifestantes chegassem próximos ao STF, situado na Praça dos Três Poderes, um local tradicional de protestos e mobilizações políticas.
Além disso, Moraes já tinha tomado outras medidas rigorosas no passado. No último dia 26, o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, deixou um acampamento que havia montado no mesmo local, em greve de silêncio, a pedido do ministro. Recentemente, também foi assinado um complemento da decisão que proíbe a instalação de novos acampamentos num raio de um quilômetro dos locais emblemáticos, como a Praça dos Três Poderes e os quartéis das Forças Armadas. Essa determinação foi justificada pelo ministro como uma forma de evitar que eventos similares ao ocorrido em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes, se repetissem.
Durante a noite, a tensão se tornou palpável nas ruas de Brasília, onde apoiadores de Bolsonaro realizaram uma carreata em sua homenagem. Os manifestantes, acompanhados por viaturas da polícia, dirigiram-se em direção ao condomínio onde o ex-presidente reside, entoando slogans como “Fora, Xandão” e “Fora, Moraes”. Um dos deputados presentes, Zé Trovão (PL-SC), descreveu a decisão do ministro como uma “arbitrariedade” que poderia potencialmente ameaçar a democracia no Brasil, alertando que a insatisfação popular estava crescendo. Ele reafirmou que o destino da carreata era a frente do condomínio de Bolsonaro, numa clara demonstração de apoio ao ex-presidente em meio a um cenário político conturbado.