O delegado responsável pelo caso, Daniel Mayer, afirmou que nas próximas semanas diversas testemunhas serão convocadas para depoimentos, com o objetivo de elucidar os detalhes do incidente. “A partir de amanhã ou posteriormente, começaremos a convidar [testemunhas] para que possamos montar toda a investigação que vai fundamentar o nosso posicionamento,” explicou Mayer em entrevista a uma emissora local.
Segundo Mayer, uma das principais linhas de investigação é verificar a possibilidade de negligência por parte da empresa responsável pela manutenção da ponte. “Se constatarmos alguma negligência, pode haver um crime, mesmo que seja homicídio culposo. No entanto, a Polícia Civil ainda não está adiantando informações, pois as investigações estão em estágio inicial,” ressaltou o delegado.
Relatos de testemunhas, incluindo um colega de trabalho de Eraldo, Jaelisson Carlos, foram cruciais para entender a dinâmica do acidente. Jaelisson contou que Eraldo caiu primeiramente em uma plataforma conectada à ponte, o que lhe causou ferimentos antes de despencar na Lagoa Mundaú. Jaelisson tentou, sem sucesso, resgatar Eraldo, que rapidamente afundou e desapareceu.
Em decorrência do acidente, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Alagoas (SRTE-AL) interditou a obra durante uma inspeção realizada na quarta-feira (14). Um auditor fiscal revelou que foram identificadas várias situações de grave e iminente risco no local, especialmente em relação ao piso da plataforma de trabalho e à ausência de linhas de vida. As linhas de vida são cabos independentes essenciais para conexão de cintos de segurança e são fundamentais para a proteção dos trabalhadores em alturas.
O caso de Eraldo Rodrigues Neto levanta preocupações sobre as condições de segurança no trabalho em obras de infraestrutura e a responsabilidade das empresas em garantir um ambiente seguro para seus funcionários. As autoridades esperam que a investigação possa trazer respostas e, possivelmente, medidas adicionais para evitar que tragédias como esta se repitam no futuro.