O marido do poeta, Marcelo Pies, revelou em um comunicado a amigos próximos que Cicero vinha planejando o procedimento há algum tempo. A Suíça foi o país escolhido por ele devido à legislação que permite o suicídio assistido desde 1942, tanto para cidadãos suíços como para estrangeiros. Nesse tipo de procedimento, o indivíduo recebe uma substância letal que pode ingerir ou aplicar em si mesmo, diferentemente da eutanásia, em que outra pessoa, geralmente um médico, realiza o procedimento.
Vale ressaltar que, para optar pelo suicídio assistido, a pessoa não precisa necessariamente ter uma doença terminal, mas é necessário estar com a mente sã e expressar um desejo consciente de encerrar a própria vida. Além disso, é preciso apresentar uma série de laudos médicos e documentos que passam por uma análise criteriosa.
Embora o suicídio assistido seja permitido na Suíça, a eutanásia não é. Países como a Holanda, Bélgica, Canadá, Espanha e Luxemburgo também legalizaram esses procedimentos, cada um com regras específicas que envolvem o diagnóstico de doenças incuráveis ou sofrimentos intensos sem perspectiva de melhora.
Antonio Cicero deixou uma carta de despedida, na qual explica sua decisão e agradece aos amigos mais próximos. O poeta, que colaborou com letras de algumas das principais canções de sua irmã Marina Lima, expressou seu sofrimento causado pelo Alzheimer e afirmou que esperava viver e morrer com dignidade. A morte de Cicero representa não apenas a perda de um grande artista, mas também levanta questões sobre a liberdade de escolha e a dignidade no fim da vida.