O Poesia nas Quebradas surgiu em 2015, idealizado por Ravena Carmo, pedagoga e mestranda na Universidade de Brasília (UnB), em busca de um espaço de atuação onde pudesse fazer a diferença. O projeto rompeu os muros da academia e adentrou as periferias, dando voz aos marginalizados e promovendo a resistência através da arte.
Essa iniciativa faz parte de um movimento maior, conhecido como arte-ativismo, que une a expressão artística ao propósito de promover mudanças sociais e políticas. Outras iniciativas no Distrito Federal, como o Sesc+Cultura, seguem essa mesma linha, oferecendo espaços para a realização de eventos culturais em troca de atividades sociais por parte dos artistas.
Além disso, o projeto Empreendedorismo de Quebrada, uma extensão do Poesia nas Quebradas, busca promover a autonomia financeira e o empoderamento de jovens periféricos através de iniciativas como o Quebrada Gastronômica e o Empodera Quebrada. Esses projetos valorizam a cultura local e oferecem oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade.
O Coletivo Ori-gens é outro exemplo de transformação social através da cultura. Formado por artistas negros, mulheres, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, o coletivo se destaca no fortalecimento da economia criativa e na promoção do direito à cultura e ao lazer nas periferias. Seu projeto Luz Negra, que oferece oficinas de iluminação cênica para o público negro e periférico, foi premiado pelo Sesc+ Cultura em 2023.
A arte-ativismo também tem sido uma ferramenta importante no combate à transfobia, como exemplificado pelos coletivos Grafita Trans e TransCrew, que utilizam o grafite como forma de expressão e conscientização sobre as questões LGBTQIA+. Essas iniciativas visam desafiar as barreiras estruturais e promover a inclusão e visibilidade de corpos trans na sociedade.
Em meio a todas essas histórias de transformação, a arte se mostra como um caminho de esperança e empoderamento para aqueles que se encontram à margem da sociedade. Através da expressão artística, é possível dar voz às realidades invisibilizadas e promover mudanças profundas e significativas na sociedade. O renascimento dos sonhos, portanto, não é apenas uma possibilidade, mas uma realidade concreta para aqueles que encontram na arte o caminho para a transformação.
