Pobreza no Brasil atinge menor índice desde 2012, com 8,7 milhões de pessoas saindo da miséria em um ano, aponta IBGE.



Um recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a pobreza e a pobreza extrema no Brasil estão em seus níveis mais baixos desde 2012, marcando um avanço significativo nas condições de vida de milhões de brasileiros. Os dados foram divulgados em 4 de dezembro de 2024 e apontam uma queda expressiva no número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, que passou de 31,6% da população em 2022 para 27,4% em 2023.

Essa redução significa que cerca de 8,7 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza no último ano, resultando em um total de 59 milhões de pessoas nesta situação, um número que não era registrado desde o início da série histórica da Síntese de Indicadores Sociais (SIS). A definição de pobreza utilizada na pesquisa considera a falta de renda suficiente para garantir condições básicas de bem-estar, utilizando como referência a linha de pobreza estipulada pelo Banco Mundial, que se traduz em R$ 665 mensais ou R$ 41 diários por pessoa.

Especialistas do IBGE atribuíram esse declínio a uma combinação de fatores, incluindo a implementação de programas sociais que atuam diretamente na melhoria da renda das famílias de baixa renda. André Simões, analista do IBGE, destacou que essas iniciativas têm desempenhado um papel crucial ao impedir o aumento do coeficiente de Gini, que mede a desigualdade econômica no país. Ele alertou que, sem os benefícios sociais, a desigualdade teria aumentado consideravelmente.

Denise Guichard, também do IBGE, complementou a análise ao mencionar que a recuperação do mercado de trabalho, especialmente a inclusão de jovens no ambiente laboral, tem contribuído para essa melhoria nas condições sociais. A pesquisa, entretanto, revela desigualdades persistentes, especialmente entre gêneros e etnias. As mulheres, por exemplo, enfrentam taxas de pobreza ligeiramente superiores às dos homens, com 28,4% delas vivendo nesta condição, em comparação a 26,3% dos homens. Além disso, as populações negra e parda estão desproporcionalmente representadas entre os mais pobres, com 35,5% e 30,8% respectivamente, em contraste com apenas 17,7% de brancos nesta situação.

Esses dados ressaltam a importância dos programas sociais e do dinamismo do mercado de trabalho na luta contra a pobreza, evidenciando ao mesmo tempo a necessidade de continuar investindo em políticas que garantam igualdade de oportunidades para todos os grupos sociais, especialmente aqueles mais vulneráveis.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo