Pioneirismo da Dra. Katleen Conceição na dermatologia para pele negra: desmistificação de mitos sobre proteção solar e cuidados específicos.



Recentemente, tive o privilégio de mergulhar nas páginas do livro “Dermatologia para Pele Negra”, uma obra magnífica organizada por Katleen da Cruz Conceição, Leonardo Lora Barraza e Ana Carolina Galvão dos S. de Araújo. A leitura dessa obra me proporcionou uma reflexão profunda sobre como o racismo estrutural permeia até mesmo os cuidados básicos com a saúde, como é o caso da dermatologia.

Os renomados autores desse livro abordam com minúcia e detalhes as particularidades da pele negra, desmistificando uma série de crenças errôneas que persistem há décadas. Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi a questão do uso do protetor solar. Desde jovem, sempre ouvi a ideia equivocada de que, por ter a pele negra, não precisava me preocupar tanto com os danos causados pelo sol como pessoas de pele mais clara. No entanto, essa crença, apesar de popular, revela-se extremamente perigosa e baseada em desinformação.

O livro ressalta que, apesar da melanina oferecer uma proteção natural contra os raios ultravioleta, a pele negra não está imune aos danos. Queimaduras solares, envelhecimento precoce e, em casos mais graves, câncer de pele são riscos que também enfrentamos. No entanto, devido à falta de consciência e diagnósticos tardios, as consequências podem ser ainda mais severas para a nossa comunidade. Além disso, a pele negra possui características específicas, como propensão a hiperpigmentações e queloides, que requerem cuidados especiais.

A leitura desse verdadeiro compêndio sobre a pele negra despertou em mim a urgência de buscar informação e exigir tratamentos e produtos que levem em consideração as nossas particularidades. O desafio de desmistificar crenças arraigadas não é apenas uma questão de saúde, mas também de reconhecimento e valorização da nossa identidade em uma indústria que por muito tempo negligenciou as nossas necessidades.

Dra. Katleen Conceição, uma verdadeira pioneira no estudo e tratamento da pele negra no Brasil, tem se destacado pela sua incansável dedicação em desfazer esses mitos que colocam em risco a saúde da população negra. Sua atuação tem sido fundamental no combate ao racismo na dermatologia, principalmente ao destacar a importância de cuidados específicos para a pele negra, tão negligenciada historicamente.

A falta de informação e a perpetuação de mitos infundados sobre os cuidados com a pele negra são questões graves que impactam diretamente a nossa comunidade. A Dra. Katleen enfatiza a necessidade de conscientização e da escolha criteriosa de produtos, levando em conta as particularidades da pele negra. É fundamental que todos entendam que a pele negra, assim como qualquer outra, requer cuidados específicos e que a desinformação é uma forma sutil de perpetuar o racismo estrutural.

Em resumo, a leitura do livro “Dermatologia para Pele Negra” foi um alerta importante que me motivou a rever meus próprios hábitos de cuidados com a pele. A conscientização é o primeiro passo para combater o racismo, inclusive no âmbito da saúde, e somente por meio do conhecimento podemos tomar decisões mais conscientes e assertivas em relação aos nossos cuidados diários. Portanto, lembre-se: independentemente do tom da sua pele, use protetor solar diariamente. A saúde da sua pele agradece.

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