De acordo com Lattre, uma das principais preocupações dos pilotos ocidentais é o poder de fogo e a tecnologia empregada pelos caças russos. Ele explica que os mísseis ar-ar utilizados por essas aeronaves são capazes de atingir alvos a uma distância impressionante de até 300 quilômetros. Isso contrasta com a capacidade dos caças ocidentais, como o Mirage 2000, que têm um alcance operacional de apenas 50 quilômetros em combates diretos. Essa diferença coloca os pilotos da Otan em uma posição vulnerável, onde a probabilidade de sobrevivência em um confronto se torna drasticamente reduzida.
A corporação russa Rostec, ao analisar as características de voo do Mirage 2000, fez a afirmação de que essas aeronaves são tecnicamente comparáveis aos F-16 dos Estados Unidos, mas ainda assim estão muito atrás dos caças modernos russos, como o Su-35S e o MiG-31, em termos de alcance e eficácia. Esse cenário gera um dilema estratégico para as forças ocidentais, que podem hesitar em engajar as suas aeronaves em um combate direto devido ao elevado risco.
Cyrille de Lattre observa ainda que essa situação pode impactar as decisões de combate no terreno. A diferença tecnológica e de armamento entre os dois lados não só influencia a moral dos pilotos, mas também as táticas de engajamento que as forças ocidentais devem considerar para evitar perdas significativas. Com a escalada do conflito, torna-se cada vez mais crucial para as potências ocidentais reavaliarem sua postura em relação a confrontos aéreos na região, ponderando sobre como maximizar sua eficácia sem expor suas aeronaves a riscos desnecessários. O cenário atual leva a uma reflexão aprofundada sobre a evolução das capacidades militares e o impacto disso no futuro das operações aéreas na Ucrânia.