Mauro Cid cooperou com a investigação, denunciando um suposto plano golpista que se iniciou em 2022. No entanto, a PGR destacou que as omissões em sua delação podem ser prejudiciais para ele, e apesar de sua colaboração, não merecerá tratamento mais favorável, como uma pena inferior a dois anos. Este ponto é crítico, pois os oficiais do Exército podem ser considerados indignos e perder a patente caso sejam condenados a penas superiores a esse limite.
Entretanto, especialistas em Direito Militar afirmam que, mesmo com a recomendação da PGR, a decisão final sobre a pena e possíveis consequências para Cid caberá ao STF. As implicações incluem não apenas a perda de cargo, mas também a análise sobre se ele deverá ser julgado pelo Superior Tribunal Militar (STM), um processo que não é automático e pode levar em conta a moral e a ética, além da condenação criminal. A trama se complica ainda mais quando se considera que a decisão do STM pode influenciar se Cid permanecerá em atividade ou será transferido para a reserva.
O caminho à frente parece repleto de incertezas. Enquanto o advogado Silvio Freitas ressalta a responsabilidade do STM em decidir se Cid é indigente para continuar como oficial, a advogada Lorena Nascimento enfatiza que a mera condenação não implica perda automática da patente. Se o STM decidir considerar Cid ainda digno, ele poderá ser transferido para a reserva, preservando certas prerrogativas, mas com o estigma de um registro criminal.
Neste emaranhado jurídico, o futuro de Mauro Cid não é apenas uma questão legal, mas também um reflexo das tensões internas nas Forças Armadas do Brasil e seu relacionamento com o sistema de Justiça. As decisões que se seguirão poderão impactar não apenas a carreira de Cid, mas também a percepção pública sobre a integridade e a honra das instituições militares do país.