Os três generais principais do esquema, Mário Fernandes, Augusto Heleno e Braga Netto, foram indiciados pela tentativa de golpe na gestão do ex-presidente Bolsonaro. A PF também atribui crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa a Bolsonaro, 11 de seus aliados e 25 militares.
Diante do indiciamento, a defesa de Braga Netto contestou a divulgação de informações relativas ao inquérito de forma seletiva pela imprensa. Enquanto as defesas de Mário e Augusto Heleno estão sendo contatadas para se manifestarem sobre as acusações.
O general Mário Fernandes, que esteve à frente da estruturação do ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’, mantinha o cargo de secretário-executivo da Presidência durante o mandato de Bolsonaro. O plano incluía a influência no Congresso Nacional para obter apoio político ao decreto de ruptura e a criação de uma rede de inteligência para gerenciar informações de diversas fontes.
A Operação Contragolpe, que resultou na prisão de Fernandes, revelou documentos detalhados sobre o ‘gabinete de crise’ e outros planos como a execução de Moraes e o envenenamento de Lula. O grupo planejava funcionar no Palácio do Planalto, em regime de trabalho 24/7, visando estabelecer diretrizes estratégicas para enfrentar a crise institucional. Além disso, havia planos de controlar a mídia, identificar lideranças políticas favoráveis às ações e garantir a proteção da população contra possíveis ameaças.
A descoberta desses planos revela a gravidade das intenções de certos segmentos militares e políticos no país, evidenciando a ameaça à democracia e à ordem constitucional. A sociedade brasileira urge por transparência, responsabilização e a manutenção dos princípios democráticos, diante de tais tramas antidemocráticas e criminosas.