Petrobras planeja nova empresa para produção de etanol e visa recuperar protagonismo no setor até 2040, focando em combustíveis renováveis e investimentos de US$ 2,2 bilhões.



A Petrobras, em uma movimentação estratégica significativa, anunciou planos de retomar sua atuação no mercado de etanol, buscando firmar parcerias com produtores de cana-de-açúcar e milho. Essa iniciativa surgiu durante a apresentação do novo plano de negócios da empresa, que abrange o período de 2025 a 2029, e reflete uma mudança de direção após o plano anterior, que havia excluído a estatal do setor.

A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou que a intenção é fazer do etanol um forte competidor da gasolina no Brasil. Ela observou que o Brasil, único país a contar com uma ampla frota de veículos leves movidos por etanol, tem a oportunidade de ampliar essa competitividade. A previsão da companhia é que até 2040, a gasolina perca espaço significativo para o etanol nos veículos de passeio.

O diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, revelou que a Petrobras está determinada a recuperar sua posição de liderança na produção de etanol, com um investimento inicial projetado de US$ 2,2 bilhões, equivalente a cerca de R$ 12,5 bilhões. Essa quantia será destinada à produção do combustível a partir do milho ou do bagaço da cana, com uma meta de produção de 2 bilhões de litros de etanol anualmente.

Os representantes da empresa também salientaram a importância de uma agenda ambiental alinhada aos seus interesses comerciais, visando a obtenção de combustíveis limpos que sejam financeiramente viáveis. A Petrobras pretende fazer esses investimentos sem comprometer o valor existente, mantendo um foco claro em suas atividades de petróleo e gás.

O novo planejamento financeiro da Petrobras inclui um aumento de 9% no total de investimentos previsto, totalizando cerca de US$ 111 bilhões (R$ 645 bilhões) nos próximos cinco anos. Destes, aproximadamente US$ 77 bilhões serão focados em gás e petróleo, enquanto US$ 16,3 bilhões, representando 15% do total, irão para iniciativas de transição energética, um crescimento de 42% em relação ao ano anterior.

Com uma projeção de que a produção de petróleo atinja seu pico até 2029, a empresa também está explorando a chamada Margem Equatorial, embora ainda dependa de licenças ambientais para esta expansão. A Petrobras calcula que sua contribuição para a geração de energia primária no Brasil, atualmente em 31%, deva crescer significativamente até 2050, acompanhando uma necessidade crescente por fontes renováveis.

A meta ambiciosa da estatal abrange não apenas a compensação da emissão de carbono, mas também a criação de 315 mil empregos diretos e indiretos nos próximos cinco anos. Tudo isso, segundo a presidente da empresa, é parte de uma harmonia entre a exploração de petróleo e a transição para uma economia de baixo carbono, visando garantir a continuidade da relevância da Petrobras no cenário energético nacional.

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