Entretanto, sinais apontam que um aumento no preço do diesel pode ser iminente; Chambriard já teria notificado o governo sobre a possibilidade de reajuste, que poderia chegar a R$ 0,24 por litro. O impacto deste aumento não se restringiria apenas ao setor de transportes, mas se estenderia a uma série de produtos derivados do diesel, como plásticos e asfalto, segundo especialistas da área econômica. Anselmo dos Santos, professor do Instituto de Economia da Unicamp, ressalta que os custos de frete, por exemplo, provavelmente sofrerão reajustes, aumentando a pressão inflacionária sobre a economia.
A análise atual revela uma defasagem significativa nos preços, com a gasolina apresentando uma diferença de 7% em relação ao mercado internacional, enquanto o diesel enfrenta uma discrepância de 17%. Especialistas alertam que essa situação pode se tornar insustentável, especialmente em um contexto onde o governo já enfrenta pressões inflacionárias elevadas. O professor Roberto Bocaccio, da Universidade de Brasília, declarou que, apesar de a Petrobras continuar apresentando resultados positivos e dividendos atrativos para os acionistas, a gestão eficaz da política de preços é necessária para evitar um cenário de crise.
Ademais, os impactos da política de ICMS sobre os combustíveis devem ser considerados, já que a previsão é de um aumento nos impostos que incidem sobre esses produtos. Em fevereiro, o ICMS sobre o diesel deve subir 5,3%, enquanto a gasolina enfrentará um aumento de 7,1%. Esses ajustes representam um aumento de R$ 0,06 para o litro do diesel e R$ 0,10 para a gasolina, intensificando ainda mais as preocupações com o custo de vida da população, especialmente das famílias de menor renda.
Dessa forma, a situação em torno dos combustíveis no Brasil continua delicada e repleta de incertezas, exigindo uma tomada de decisões que considere não apenas a sustentabilidade econômica da Petrobras, mas também o impacto sobre a sociedade e a já tensionada economia nacional.