Os botos foram capturados e levados para terra firme, onde passaram por exames de sangue e outros testes. Após a conclusão dos procedimentos, que incluíram a colocação de um microchip para monitorar seu comportamento via satélite, os animais foram devolvidos ao Lago Tefé, na bacia amazônica. Durante o processo, os pesquisadores e pescadores demonstraram cuidado para não ferir uma boto fêmea adulta que estava acompanhada de um filhote juvenil, visando minimizar o estresse dos animais.
Miriam Marmontel, líder do projeto pelo Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, destacou a importância da ação: “O objetivo dessa captura foi conhecer muito mais da saúde dos botos do Lago Tefé neste momento que já é de temperaturas mais elevadas e profundidades mais baixas”. A bióloga ressaltou a vulnerabilidade desses animais devido aos ciclos reprodutivos lentos, tornando-os suscetíveis a ameaças.
A iniciativa contou com o apoio da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos da Califórnia, cujos pesquisadores contribuíram com exames de ultrassom nos botos capturados. O trabalho busca esclarecer as causas das mortes ocorridas no ano passado, em meio à seca histórica que atingiu a Floresta Amazônica, afetando também a fauna local.
As condições extremas, como a elevação da temperatura da água para níveis intoleráveis para os botos, foram atribuídas pela comunidade científica às mudanças climáticas. O papel do aquecimento global e de outros fatores, como o fenômeno climático El Niño, ainda estão em processo de investigação para entender melhor as causas das mortes e adotar medidas preventivas.
A expedição realizada na Amazônia evidencia a importância de estudos e ações para a preservação da fauna e do meio ambiente diante dos desafios impostos pelas transformações climáticas. A mobilização de pesquisadores, ambientalistas e colaboradores é essencial para garantir a sobrevivência dessas espécies vulneráveis e a conservação dos ecossistemas amazônicos.
