Dr. Jody Joy, curador responsável pela Idade do Ferro Europeia no Museu Britânico, expressou sua empolgação ao descrever a importância da descoberta, afirmando que ela representa um dos momentos mais emocionantes de sua carreira. De acordo com os pesquisadores, capacetes desse período são extremamente raros, o que torna essa revelação ainda mais significativa. Com a ajuda de técnicas sofisticadas, os cientistas puderam analisar não apenas a forma como o capacete foi confeccionado, mas também os métodos utilizados, incluindo o surpreendente uso de douramento com mercúrio, uma prática até então desconhecida no Reino Unido há 2.000 anos.
As análises sugerem que o capacete pode não ter sido completo quando foi enterrado, levantando a hipótese de que fosse um objeto herdado ou até mesmo uma espécie de recipiente. A maioria dos tesouros de Snettisham data aproximadamente de 60 a.C., época que coincide com os primeiros contatos romanos na região, tornando-se um dos locais com a maior concentração de metais preciosos na Europa pré-histórica.
Além do capacete, o projeto de escavação revelou mais de 400 torques, que são colares de metal, dos quais mais de 60 estavam em bom estado de conservação. A descoberta indica que esses itens eram usados por uma ampla gama de indivíduos, incluindo homens, mulheres e jovens, desafiando a visão tradicional que os associa apenas a elites sociais. A localização e a concentração dos torques também sugerem que poderiam ter sido enterrados como oferendas em locais sagrados, refletindo a complexidade das práticas culturais e sociais daquelas comunidades antigas.
Essa descoberta não só enriquece o entendimento sobre a Idade do Ferro, mas também impulsiona uma nova pesquisa colaborativa entre o Museu Britânico e o Museu do Castelo de Norwich, com o objetivo de publicar e catalogar completamente essas relíquias importantes. A pesquisa continua, prometendo revelar mais sobre a vida e os costumes das pessoas que habitavam a Grã-Bretanha há milênios.