Pesquisa revela que mamíferos gigantes sobreviveram no Brasil até 3.500 anos atrás, desafiando teorias sobre extinção da megafauna



Uma nova pesquisa realizada por uma equipe de cientistas liderada por instituições renomadas, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), trouxe à tona informações surpreendentes sobre a fauna pré-histórica do Brasil. De acordo com o estudo, mamíferos gigantes, conhecidos como megafauna, sobreviveram em território brasileiro até há aproximadamente 3.500 anos, muito mais do que o previamente acreditado.

Tradicionalmente, a comunidade científica sustentava que essas espécies, que habitavam a América do Sul durante o Pleistoceno, haviam se extinguido há cerca de 11 mil anos, coincidindo com o fim da Era Glacial e as mudanças climáticas que se seguiram. Contudo, novas datações de carbono, realizadas em fósseis encontrados em locais como Jirau, no Ceará, e na bacia do rio Miranda, em Mato Grosso do Sul, indicam que esses animais coexistiram com os seres humanos e outros ecossistemas até uma época bem mais recente.

Os fósseis analisados incluíam dentes de espécies emblemáticas, como o tigre-dentes-de-sabre sul-americano e a preguiça gigante Eremotherium. As amostras foram cuidadosamente datadas, revelando que esses animais proliferaram desde o Pleistoceno Médio até o Holoceno Superior, aproximadamente entre 77.400 e 3.500 anos atrás. Essa nova linha de pesquisa desestabiliza as teorias existentes sobre a extinção dessas criaturas, que foram historicamente vinculadas a fatores como caça humana e mudanças climáticas abruptas.

Os autores da pesquisa defendem que as condições ambientais em evolução, marcadas por temperaturas mais elevadas e períodos de seca, contribuíram para a sobrevivência de populações de mamíferos mais adaptáveis em áreas como a caatinga e o cerrado. Essas regiões, caracterizadas por uma vegetação mais resistente, possibilitaram que grupos isolados dessas espécies persistissem por milênios, desafiando a ideia de uma extinção em massa imediata.

Essas descobertas abrem novas avenidas para a pesquisa paleontológica, instigando cientistas a reavaliar a história da fauna brasileira e sua relação com as mudanças ambientais e a presença humana. O estudo, publicado no Journal of South American Earth Sciences, certamente irá impulsionar novas investigações e discussões dentro da comunidade acadêmica e além.

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