Pesquisa revela como o calor extremo afeta cachorros, gatos e peixes de estimação durante o mês mais quente da história.



No mês de julho, o mundo enfrentou um calor recorde, resultando em altas temperaturas que não apenas causaram problemas de desidratação e morte para os seres humanos, mas também se mostraram prejudiciais para os animais de estimação. Uma pesquisa realizada pelo professor Eduardo Narayan, especialista em ciência animal da Universidade de Queensland, revelou como o calor pode afetar negativamente cães, gatos e peixes.

De acordo com o professor Narayan, a pesquisa foi baseada em um conceito chamado “modelo dos cinco domínios”, que examina o bem-estar dos animais levando em consideração os aspectos de nutrição, ambiente, saúde física, comportamento e estado mental. Esta estrutura científica avalia as respostas fisiológicas e comportamentais dos animais aos estímulos de estresse ambiental. Embora os efeitos das mudanças climáticas já tenham sido estudados anteriormente, esta pesquisa é a primeira a aplicar o modelo específico ao bem-estar dos animais.

No caso dos cães, principalmente os mais velhos ou com sobrepeso, eles são mais suscetíveis a sofrer com as ondas de calor extremo. Cães com pelos grossos, focinho curto e faces planas também enfrentam dificuldades respiratórias e de resfriamento devido à limitação do fluxo de ar. O estresse causado pelo calor pode levar à hipertermia canina, uma condição em que a temperatura corporal do cão fica perigosamente alta. Sinais de estresse térmico incluem respiração excessiva e movimentos erráticos, que podem levar rapidamente à insolação e até mesmo à morte. Por isso, mais de 80% dos donos de cães relatam que diminuem a intensidade e duração dos treinamentos durante o tempo quente, ajudando a evitar problemas relacionados ao calor. É importante também não deixar os cães em ambientes fechados e observar se estão se hidratando adequadamente.

Assim como os cães, os gatos podem superaquecer facilmente em dias quentes. Os sintomas de estresse térmico em gatos são semelhantes aos dos cães e incluem respiração ofegante, pulso acelerado e infestação de pulgas. Mantê-los em locais sombreados e frescos, oferecer água em abundância e aplicar protetor solar nas pontas das orelhas e nariz, especialmente nos gatos brancos, são medidas importantes para protegê-los. Brincar com os gatos pela manhã ou à noite também é aconselhado, evitando os horários mais quentes do dia.

Já os peixes de estimação são ectotérmicos, o que significa que eles dependem de fontes externas de calor para regular sua temperatura corporal. Portanto, eles são particularmente vulneráveis a alterações na temperatura da água. Em períodos de calor intenso, os peixes podem sofrer danos físicos, como um aumento na taxa metabólica, o que requer mais oxigênio para respirar, bem como um crescimento mais lento e baixa ingestão de alimentos. Manter a temperatura da água entre 20°C a 25°C e evitar a exposição direta à luz solar são precauções essenciais para garantir o bem-estar dos peixes de estimação.

Em conclusão, as altas temperaturas resultantes das mudanças climáticas não apenas afetam os seres humanos, mas os animais de estimação também sofrem os efeitos nocivos do calor extremo. É fundamental que os donos estejam cientes dos sinais de estresse térmico em seus animais de estimação e tomem medidas para protegê-los, oferecendo sombra, água, e aplicando protetor solar quando necessário. A pesquisa do professor Narayan destaca a importância de abordar o bem-estar dos animais em relação às mudanças climáticas, promovendo assim uma maior conscientização e cuidado com os animais de estimação.

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