A pesquisa, intitulada ‘Interação entre roxarsone (RX), um composto orgânico de arsênio, com substâncias húmicas (SH) do solo simulando condições ambientais’, foi publicada no prestigiado periódico holandês Elsevier. O estudo, orientado pelo professor Josué Carinhanha, teve como objetivo investigar os efeitos da interação entre o RX e as substâncias húmicas do solo, simulando condições ambientais reais.
A importância do estudo reside no fato de que o solo é uma das principais vias de contaminação dos sistemas ambientais por substâncias potencialmente tóxicas, como o roxarsone. Este composto, utilizado no tratamento de doenças parasitárias e como aditivo para engorda de animais, pode representar uma ameaça ao meio ambiente quando excretado pelos animais.
Amanda Nascimento explicou que a escolha do roxarsone como foco da pesquisa se deve à sua natureza tóxica e aos potenciais efeitos danosos que pode causar, incluindo doenças neurodegenerativas, cardiovasculares e diabetes. Além disso, a presença das substâncias húmicas no solo desempenha um papel crucial na interação com contaminantes, auxiliando na remediação de ambientes contaminados.
Os resultados da pesquisa apontaram que o RX inibiu a atividade enzimática da fosfatase alcalina, essencial para o solo, mas a presença das substâncias húmicas foi capaz de atenuar esse efeito. Essas descobertas têm potencial aplicação na recuperação de áreas contaminadas e podem subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para a promoção de práticas agrícolas sustentáveis.
Para o futuro, o projeto pretende empregar modelos biológicos mais realistas e expandir as aplicações práticas dos resultados obtidos. O estudo de Amanda Nascimento representa um importante avanço no entendimento da interação entre contaminantes e substâncias húmicas do solo, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.