Pequenos Satélites: A Revolução Espacial Que Torna Explorações Mais Acessíveis e Eficientes Para a Ciência e Tecnologia Interplanetária.



Desde a década de 1990, a evolução de pequenos satélites e espaçonaves tem revolucionado a forma como exploramos o espaço. Dentro desse contexto, surgiram os CubeSats, satélites cúbicos que pesam cerca de 1 kg e que podem ser montados até mesmo por estudantes em projetos acadêmicos. Esses satélites têm desempenhado um papel crucial na exploração espacial, permitindo lançamentos em grupo e a realização de várias missões científicas a um custo significativamente inferior ao de espaçonaves tradicionais.

O professor Mikhail Ovchinnikov, membro da Academia Internacional de Astronáutica, categoriza esses pequenos satélites em três grupos principais. O primeiro grupo consiste em constelações, onde vários satélites trabalham em conjunto para um único objetivo, sendo cada um controlado de forma independente. O segundo grupo é formado por satélites que voam em formação, realizando tarefas semelhantes à medida que permanecem em proximidade. O terceiro grupo é o mais inovador: os enxames, em que os satélites têm um funcionamento descentralizado, cada um agindo com base nas informações que obtém de seus vizinhos.

A escolha entre uma espaçonave grande e cara ou um enxame de pequenos satélites apresenta vantagens e desvantagens. Por exemplo, para capturar imagens detalhadas da superfície terrestre, uma espaçonave maior com um sistema óptico robusto seria necessária. Já os enxames permitem que a falha de um único satélite não cause grandes prejuízos, visto que a substituição de um único satélite é mais acessível financeiramente. Isso possibilita a atualização constante da frota de satélites, melhorando a eficiência das operações.

Um dos pontos destacados por Ovchinnikov é o custo reduzido das missões espaciais envolvendo pequenos satélites. Um exemplo notável foi a missão CubeSat 12U para a Lua, que teve um custo em torno de US$ 30 milhões. Pesquisadores do Instituto de Matemática Aplicada Keldysh estão atualmente planejando uma missão a Marte com uma espaçonave que pesará apenas 92 kg, evidenciando assim as amplas possibilidades que esses pequenos dispositivos trazem para a exploração interplanetária.

A aplicação de pequenos satélites já se estende ao estudo de asteroides e, com as inovações tecnológicas, espera-se que esses dispositivos desempenhem um papel ainda mais significativo em futuras missões espaciais. A miniaturização e o custo acessível se tornam, portanto, protagonistas em uma nova era de exploração do espaço, abrindo portas para uma série de pesquisas que antes seriam inviáveis em razão dos altos custos e do tamanho das naves tradicionais.

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