Pen Drive Apreendido no Banheiro de Bolsonaro Contém Documentos Irrelevantes e É Descartado pela Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) realizou a apreensão de um pen drive encontrado no banheiro do ex-presidente Jair Bolsonaro em 18 de julho, e as análises preliminares indicam que o dispositivo continha uma grande quantidade de documentos que haviam sido apagados antes da fiscalização. Após o exame dos arquivos, os peritos concluíram que nada de relevante foi recuperado, o que levou a uma avaliação de que o pen drive não possuía importância para as investigações em curso.

O pen drive foi encontrado durante uma operação que culminou na imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente. Na mesma ocasião, agentes da PF confiscou outros documentos, incluindo uma petição da plataforma Rumble e anotações referentes à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de comprovantes de transações financeiras relacionadas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos.

Dentro do pen drive, os investigadores identificaram apenas catálogos em PDF de uma empresa de equipamentos médicos, a Medicalfix. Curiosamente, essa empresa tem como um dos sócios Mário Roberto Perussi, um amigo próximo da família Bolsonaro. O encontro entre eles em agosto de 2024 foi pauta de uma discussão sobre importação de maquinaria e competitividade para empresas brasileiras. Entretanto, a PF não encontrou confirmações de que a Medicalfix tivesse firmado contratos significativos com o governo federal, embora o município onde está situada tenha celebrado alguns contratos no período de 2019 a 2025.

O que chama a atenção na investigação é a possibilidade de que os arquivos tenham sido gravados no pen drive um dia antes do encontro, sugerindo que poderia ter sido oferecido a Bolsonaro durante a reunião. Embora o conteúdo do dispositivo não tenha se enquadrado nas linhas de investigação da PF, ele permanece sob custódia das autoridades.

Na mesma operação, foi encontrado um bloco de anotações no porta-luvas de um dos veículos de Bolsonaro que mencionava a delação de Mauro Cid. Esses registros, compostos de manuais em papel, não foram incluídos no inquérito por falta de relação direta com a apuração em andamento, mas despertaram o interesse dos investigadores, que acreditam que as anotações podem conter estratégias de defesa do ex-presidente.

As revelações sobre o conteúdo do pen drive e as anotações manuscritas intensificam o escrutínio sobre as ações de Bolsonaro e de sua família no contexto das investigações que cercam a administração anterior. A conexão com a Medicalfix e as discussões em torno da competitividade das empresas nacionais também levantam questões sobre influências e relações pessoais que podem ter impactado decisões governamentais. O desenrolar desse caso continua a ser acompanhado de perto pela opinião pública e pelas autoridades, enquanto queda na popularidade e as dificuldades enfrentadas por Bolsonaro colocam um cenário de incertezas sobre seu futuro político.

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