Pedido de impeachment de Moraes entregue ao Senado gera polêmica e avaliação cuidadosa do presidente Rodrigo Pacheco.



O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), recebeu nesta segunda-feira (9/9) um pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, apresentado por senadores de oposição. Em uma conversa com os parlamentares, Pacheco adotou um tom cauteloso, ressaltando a necessidade de analisar o documento com zelo, especialmente no que diz respeito a atos jurisdicionais.

“Sempre tive muita prudência ao avaliar impeachment em relação a atos jurisdicionais. Decisões judiciais, por mais equivocadas que sejam, são passíveis de recursos, e é inusitado pensar em cassar um ministro por uma decisão jurisdicional quando outros ministros [do STF] confirmaram a mesma decisão. Por essa mesma razão, eles poderiam ter o mesmo destino [o afastamento]. Só essa prudência que temos… Vou ter todo o zelo [na análise do pedido]”, afirmou Pacheco.

O político, que também está envolvido em negociações para sua sucessão no comando do Senado e em possíveis planos para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, tem adotado uma postura mais conciliatória em relação à oposição. Por isso, encaminhou o pedido de impeachment para a análise da Advocacia do Senado, enquanto nos bastidores já se comenta sobre a baixa probabilidade de ele dar continuidade ao afastamento de Moraes.

A resistência de Pacheco em atender ao pedido de impeachment tem sido associada à sua recente aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões individuais de ministros do STF, um movimento que demonstrou a escolha do político por uma outra batalha. Esse cenário tem feito com que parlamentares e analistas avaliem que o presidente do Senado está focado em outras pautas e não deve seguir adiante com o afastamento de Moraes.

O pedido de impeachment do ministro surge em um contexto de embate com o empresário Elon Musk, que resultou no bloqueio do X, antigo Twitter, no Brasil. No último sábado, bolsonaristas foram às ruas pedir a saída de Moraes, colocando pressão sobre Pacheco ao se mostrarem descontentes com a postura do presidente do Congresso Nacional.

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