Paulo Gonet é aprovado como novo procurador-geral da República após indicação de Lula e gera controvérsias por posicionamentos conservadores em sabatina no Senado



Após passar pela aprovação do Senado, Paulo Gonet assume o cargo de procurador-geral da República aos 62 anos de idade, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu apadrinhamento por figuras proeminentes do meio jurídico, como os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), além de sua influência no meio político, foram fatores determinantes para sua nomeação para o cargo.

Gonet enfrenta desconfiança de setores da esquerda, incluindo do PT, partido de Lula, que preferiam a nomeação de Antônio Carlos Bigonha para o cargo. O novo procurador-geral possui um histórico conservador em questões de costumes e, por isso, gera incômodo entre aliados de Lula.

Apesar de ter sido responsável pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro, sua posição mais conservadora em diversas pautas gerou críticas, incluindo seu posicionamento sobre a ditadura militar na década de 1990, no qual se manifestou contra a responsabilização do Estado brasileiro pelas mortes de opositores do regime militar.

Gonet também se posicionou contra a descriminalização do aborto e assinou um parecer da PGR se manifestando contra um pedido do Conselho Federal de Psicologia para paralisar uma ação popular que propunha a “cura gay”. Durante a sabatina no Senado, o novo PGR foi pressionado por temas como o casamento gay, a adoção por casais homoafetivos e também sobre seu posicionamento em um artigo de 2002 sobre as cotas raciais.

Além disso, o apoio de Gonet a pautas caras à base bolsonarista já havia chamado a atenção, levando o procurador a ser cotado para comandar a PGR durante o governo Bolsonaro, mas acabou preterido por Augusto Aras. Sua atuação durante a Operação Lava Jato e sua defesa pela abertura de ação penal contra a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, gerou oposição por parte da líder petista.

Apesar de todas as polêmicas, a expectativa gira em torno da atuação de Gonet como procurador-geral, já que é visto no meio jurídico como “garantista”, priorizando a presunção de inocência em decisões penais. A proximidade com Gilmar Mendes, com quem já publicou um livro e artigos acadêmicos, também é um ponto de destaque em sua trajetória.

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