Pastor assassinado em Belford Roxo é enterrado
Emocionados, parentes e amigos do pastor Marco Aurélio Bezerra de Lima, de 48 anos, entoaram cânticos religiosos durante o enterro dele que aconteceu neste domingo, por volta das 15h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Durante a cerimônia, parentes do religioso afirmaram que pretendem continuar o trabalho feito por ele nas comunidades.
— Eu vou continuar esse trabalho de evangelização pelo meu pai. Não vou decepcioná-lo. Ele vai ficar orgulhoso lá de cima — afirmou o filho mais velho do pastor, Jeremias, de 23 anos, que havia voltado a frequentar a igreja na semana passada.
A esposa do pastor, a missionária Márcia Lima, contou que se preocupava com a segurança do marido quando ele visitava comunidades, mas que evangelizar era a sua “missão”:
— Eu tinha preocupação, sim, mas era um desejo dele, a missão dele. E nós, que estamos aqui, vamos continuá-la. Muitos aqui hoje (presentes no velório) são frutos desse trabalho. Deus está aqui para nos sustentar. Ele morreu fazendo o que amava — disse a religiosa.
Membro da igreja Assembleia de Deus Missão Sem Fronteiras há 7 meses, onde Marco era pastor, o jovem Lindenberg Gomes, de 18 anos, contou que parecia que, nos últimos cultos, ele estava se despedindo:
— Ele pediu perdão no altar e se emocionou muito. Parece que ele estava se preparando para o que iria acontecer. Deus sabe de todas as coisas mesmo. Essa semana, ele e o Jeremias estavam muito próximos.
A jovem Bruna Silva, de 25 anos, integrante da igreja, contou que o pastor era como se fosse um pai:
— Ele aconselhava muito a todos. Sempre dizia que era para termos sabedoria. Já fui para comunidades evangelizar com ele — lamentou a jovem.
Uma muleta pode ter causado a morte do pastor Marco Aurélio Bezerra de Lima. O religioso teria sido morto por um bandido da comunidade São Leopoldo, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, nesta sexta-feira, quando foi ajeitar uma muleta que estava dentro do seu carro. A polícia investiga se o autor do disparo teria confundido a muleta com um fuzil. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) confirmou que essa é uma das hipóteses investigadas e tenta identificar o autor do disparo.
— Ele tinha sofrido um acidente de moto recentemente e a perna estava operada. Por isso, usava muletas. Esse homem (que atirou) estava do lado de fora do carro. O pastor foi pegar dentro de uma necessaire uma foto do traficante Playboy. Depois foi ajeitar a muleta. O traficante teria se assustado, confundido a muleta com um fuzil e feito o disparo à queima roupa — contou o pastor David Silva, que conhecia Marco há 15 anos e conversou com a testemunha, identificada como Wilker, que dirigia o carro.