A iniciativa para criar este distintivo objeto veio do padre Bruno Silvestrini, que atua como guardião do santuário apostólico. Ele, profundamente devoto de Santo Agostinho, decidiu que seria apropriado oferecer ao Papa uma nova cruz que refletisse essa reverência. Silvestrini, reconhecendo a importância de inovar na forma de homenagear os santos da tradição agostiniana, idealizou um relicário que seria inserido na cruz.
Para dar forma a este projeto, o padre consultou Antonino Cottone, um experiente artesão de relíquias que utiliza técnicas medievais tradicionais. Cottone já havia fabricado cinco relíquias anteriormente, desenvolvendo um trabalho meticuloso e detalhado que buscava não apenas a beleza estética, mas também a autenticidade espiritual das relíquias.
A entrega da cruz peitoral ao Papa ocorreu em um contexto especialmente significativo, uma vez que Leão XIV é um fervoroso admirador da tradição agostiniana e das contribuições históricas de Santo Agostinho para o cristianismo. O gesto simboliza a continuidade da fé e a ligação com os antecessores que moldaram a doutrina e a prática da Igreja ao longo dos séculos.
Ademais, este evento reflete uma tendência contemporânea dentro da Igreja Católica que busca revisitar e valorizar as raízes da fé, trazendo à tona figuras históricas que desempenharam papéis cruciais na construção da teologia cristã. A cruz peitoral não é apenas um ornamento; é um vínculo tangível entre o presente e o passado da Igreja, celebrando a herança espiritual que continua a influenciar os fiéis em todo o mundo.
Esse ato fica evidente na busca constante de Leão XIV por fortalecer laços entre a comunidade católica e suas tradições mais profundas, reafirmando a importância das relíquias enquanto símbolos de veneração e espiritualidade.