O projeto Cinturão e Rota, que visa conectar 65 países por meio de investimentos em portos, aeroportos e ferrovias, tem sido um pilar da estratégia chinesa para expandir sua influência econômica global. No entanto, o presidente panamenho enfatizou que a decisão de recuar na adesão à iniciativa não foi por pressão dos EUA, mas uma escolha deliberada que tomou pessoalmente. Mulino explicou que o acordo seria cancelado com 90 dias de antecedência.
Além disso, o presidente descartou declarações feitas pelo Departamento de Estado dos EUA, que insinuavam que o Panamá poderia se beneficiar de isenções tarifárias ao utilizar o Canal. Em suas palavras, essa informação foi classificada como “falsidade absoluta”, refletindo a rejeição do Panamá a interações baseadas em desinformações.
A realidade geopolítica envolvida nessa transição demonstra a complexidade das relações que o Panamá mantém com potências globais. Enquanto a China busca ampliar seus laços por meio de investimentos estratégicos, os Estados Unidos têm se mostrado atentos a essas movimentações, preocupados com a possibilidade de perder influência em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo.
O panorama está em constante transformação, com o Panamá reafirmando sua soberania nas relações bilaterais e buscando alternativas que não sejam dependentes do empoderamento econômico chinês. Enquanto isso, os desdobramentos dessa decisão são aguardados com atenção, uma vez que poderão impactar não apenas a política interna do Panamá, mas também as dinâmicas geopolíticas da região e a maneira como as relações entre as grandes potências são moldadas no futuro.