A utilização da tecnologia robótica para esse tipo de procedimento representa uma alternativa menos invasiva e mais precisa, especialmente em casos em que há falta de pele suficiente para a construção da vagina ou para corrigir sequelas de cirurgias anteriores mal sucedidas. Em entrevista ao Metrópoles, o cirurgião Martins Junior explicou que a técnica mais comum para a redesignação genital de mulheres trans é a inversão peniana, que utiliza a pele do pênis e da bolsa escrotal para construir a vagina e o canal vaginal. No entanto, essa técnica pode não ser adequada para todos os casos, especialmente em pacientes que iniciaram a transição ainda na adolescência.
A cirurgia robótica oferece uma alternativa mais precisa e controlada, utilizando o peritônio, uma membrana fina e resistente que envolve a cavidade abdominal, em vez da pele do órgão genital. Apesar de apresentar custos mais elevados em comparação com o procedimento tradicional de inversão peniana, a cirurgia robótica proporciona uma recuperação mais ágil e menos complicações pós-operatórias.
Apesar dos avanços, a técnica robótica não é indicada para todos os pacientes e a inversão peniana continua sendo a melhor opção para a maioria dos casos, devido aos bons resultados estéticos e funcionais. O custo ainda é um obstáculo, mas há uma tendência de maior cobertura por convênios médicos, o que pode possibilitar o acesso de mais pessoas a essa opção.
Em síntese, a cirurgia de redesignação sexual utilizando técnica robótica representa um avanço significativo na área da saúde, oferecendo uma alternativa mais precisa e menos invasiva, principalmente em casos mais complexos. Com a evolução da tecnologia e a possível ampliação da cobertura por convênios médicos, mais pacientes poderão se beneficiar desse tipo de procedimento no futuro.









