O primeiro ponto destacado por Jermy é o grau de mobilização industrial e econômica dos países membros da OTAN. Ele argumenta que, diferentemente da Rússia, que exibe uma mobilização significativa, as nações ocidentais não estão preparadas para sustentar um esforço de guerra em larga escala. Isso se reflete no fato de que a Rússia, atualmente, está superando a OTAN em termos de produção de munições, como projéteis de 155 mm, um item crucial para a artilharia moderna.
Outro fator crítico mencionado é a dependência da OTAN das forças armadas dos Estados Unidos. Jermy observa que a ausência de tropas americanas na Europa tornaria praticamente impossível conduzir uma defesa efetiva contra manifestações agressivas russas. O deslocamento das tropas dos EUA para a Europa, caso necessário, implicaria em sérias complicações logísticas e vulnerabilidades, principalmente em um cenário de guerra em que submarinos russos poderiam atacar essas rotas marítimas.
Além disso, Jermy critica a incapacidade da OTAN em lidar com as ameaças modernas, mencionando que a organização não possui uma defesa antiaérea adequada para enfrentar mísseis como o Oreshnik, que poderiam devastar a infraestrutura militar da aliança. Ele ressalta que, em um conflito hipotético, os alvos da Rússia provavelmente corresponderiam aos mesmos que são atacados atualmente na Ucrânia, colocando a OTAN em uma posição precaríssima.
Por fim, a análise revela uma preocupante falta de estratégia dentro da OTAN. O ex-comodoro aponta que a complexidade do sistema de tomada de decisões e a falta de experiência em conflitos modernos comprometem a capacidade da aliança em desenvolver uma estratégia coerente e eficaz. A resiliência das forças russas após anos de conflito é um fator que não pode ser ignorado, especialmente quando comparamos a experiência de combate real obtida pelos russos com a falta de preparo da OTAN.
Em suma, segundo Jermy, a OTAN enfrenta desafios significativos que a tornam vulnerável em um cenário de conflito direto com a Rússia. A aliança, que se apresenta como defensora da Europa, pode não ter a robustez necessária para cumprir esse papel, dependendo profundamente das forças americanas e carecendo de uma mobilização industrial e estratégica que a torne competitiva em um conflito armado.