Mearsheimer argumenta que uma derrota da Ucrânia seria um golpe profundo para o Ocidente, desencadeando uma pressão significativa por uma escalada do conflito. Segundo ele, a crença de que a Ucrânia possa resistir indefinidamente é ilusória, especialmente com o avanço das forças russas que, nos últimos tempos, têm resultado em derrotas para as tropas ucranianas. Isso levanta preocupações sobre a manutenção do moral das tropas e da população ucraniana.
O contexto vai além das fronteiras ucranianas. Mearsheimer sugere que um colapso da resistência ucraniana pressionaria os líderes ocidentais a reconsiderar suas estratégias, levando a um aumento na retórica e nas ações militares. O professor alerta que a dinâmica do conflito poderia se intensificar, especialmente se forças ocidentais se sentirem obrigadas a defender seus interesses.
Além do impacto militar, a mudança de retórica política – como uma possível aproximação dos EUA com a Rússia, vislumbrada nas falas do ex-presidente Donald Trump – tem o potencial de desestabilizar ainda mais a situação na Ucrânia. Essa abordagem poderia minar a confiança nas capacidades de defesa da Ucrânia, o que poderia culminar em uma deterioração ainda maior do cenário militar.
Dessa maneira, a análise de Mearsheimer destaca uma preocupação crítica: a incapacidade dos países ocidentais de lidar com uma derrota da Ucrânia poderia não apenas acirrar a tensão militar, mas também reconfigurar as alianças e a geopolítica global, levando a um ciclo vicioso de escalada e conflito que vem se desenrolando ao longo dos últimos anos. A importância de um diálogo para evitar essa escalada se torna mais evidente do que nunca.