OTAN avança em militarização da Ucrânia e amplia influência na Eurásia antes da posse de Trump, alerta analista em reunião de Bruxelas.



Durante a recente reunião ministerial da OTAN em Bruxelas, o secretário-geral Mark Rutte destacou o comprometimento do bloco em fortalecer a posição da Ucrânia em meio ao prolongado conflito com a Rússia. Rutte enfatizou a urgência em fornecer recursos militares adicionais a Kiev, defendendo que o apoio deve ultrapassar o simples fornecimento de armamentos, buscando uma transformação significativa na dinâmica do conflito. A questão do investimento financeiro dos países-membros na aliança também foi abordada, com Rutte alertando que os atuais 2% do PIB destinados à OTAN são insuficientes para manter as operações do bloco no nível desejado no próximo ano.

Enquanto a OTAN reforça seu apoio à Ucrânia, a resposta da Rússia não se fez esperar. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acusou o Ocidente de apressar o envio de armas a Kiev antes da posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, prevista para 2025. Zakharova argumentou que essa estratégia visa garantir a continuidade das hostilidades na Ucrânia, enquanto ressaltou que o país pode receber mísseis de longo alcance e sistemas de lançamento de aliados, incluindo o Reino Unido, França e Países Baixos.

A análise do impacto da posição dos EUA na OTAN foi feita pela professora Clarissa Nascimento Forner, que observou uma tendência crescente de militarização da região e uma suposta inclinação da aliança a se alinhar ainda mais aos interesses estratégicos americanos. A especialista apontou que a retórica de Rutte, que menciona tanto a Rússia quanto a China como ameaças, sugere uma expansão da atuação da OTAN não apenas na Europa, mas também em áreas como o Oriente Médio e Ásia.

A questão da adesão oficial da Ucrânia à OTAN também foi discutida. Rutte afirmou que, enquanto se busca construir uma parceria sólida com Kiev, o foco deve ser garantir que a Ucrânia inicie negociações vantajosas com a Rússia a partir de uma posição forte. Esta dinâmica gera um cenário repleto de incertezas, especialmente com a proximidade da posse de Trump, que poderá trazer mudanças na política externa dos EUA e, consequentemente, influência no futuro da OTAN e no equilíbrio do poder na região.

Com essa série de eventos, a tensão entre Ocidente e Rússia tende a se intensificar, acirrando ainda mais a polarização e as incertezas na geopolítica global, enquanto se busca um desfecho para o impasse ucraniano.

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