Recentemente, casos emblemáticos chamaram a atenção para os perigos da obsessão estética. Um deles envolve a médica obstetra Isadora Milhomem, de Palmas (TO), que sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau no rosto após realizar um peeling com óleo de Croton em uma clínica odontológica em Goiânia. O procedimento, que custou R$ 8 mil, deixou a profissional com lesões que exigem tratamentos específicos para minimizá-las.
Outro caso trágico foi o de Paloma Lopes Alves, de 31 anos, que faleceu durante um procedimento de hidrolipo em uma clínica irregular em São Paulo. A falta de licença sanitária e os antecedentes do médico responsável levantaram questionamentos sobre a segurança e a legalidade desses procedimentos estéticos.
Segundo dados da Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, movimentando cerca de R$ 48 bilhões anuais. Para a psicóloga Marlêide Borges, a busca pela estética está muitas vezes ligada a questões emocionais mais profundas, como um vazio interior.
Ela ressalta que a necessidade estética se tornou um fenômeno social que pode ser problemático quando não é abordado de forma holística. Pacientes com transtornos psicológicos, como a dismorfia corporal, correm o risco de se submeterem a procedimentos excessivos que comprometem sua identidade e autoestima.
Diante desse cenário, é fundamental conscientizar a população sobre os riscos e as consequências da busca desenfreada pela perfeição estética. A segurança e a qualificação dos profissionais devem ser priorizadas em prol da saúde e do bem-estar dos indivíduos, evitando tragédias como as mencionadas nos casos recentes, que alertam para a importância de regulamentações mais rígidas no setor estético.