O premier húngaro tem sido um crítico constante das organizações não governamentais (ONGs) e da mídia que recebam apoio financeiro do exterior, particularmente daquela vinculada a figuras como o bilionário George Soros. De acordo com Orbán, a próxima legislação buscará eliminar essas “redes estrangeiras” que, segundo ele, ameaçam a integridade nacional e a estabilidade do Estado. Embora Orbán não tenha entrado em detalhes sobre as especificidades da nova lei, ele sugere que ações legislativas mais rigorosas estão por vir.
Este anúncio ocorre em um contexto mais amplo de crescente tensão entre Orbán e o governo dos Estados Unidos, especialmente sob a administração do ex-presidente Donald Trump. O congelamento de fundos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) por Trump resultou em um cenário caótico para várias ONGs e iniciativas de ajuda humanitária, o que, por sua vez, impulsionou Orbán a destacar a necessidade de um controle mais rígido sobre as fontes de financiamento para a mídia húngara.
Nos últimos anos, Orbán transformou o panorama midiático do país, colocando a mídia estatal sob controle governamental e promovendo o fechamento ou a anexação de veículos independentes. Essa estratégia tem sido interpretada como uma manobra eficaz que permitiu ao partido Fidesz, de Orbán, garantir vitórias eleitorais substanciais nas últimas três disputas. Observadores internacionais veem essas ações como uma tentativa clara de suprimir a dissidência e controlar a narrativa pública, à medida que o líder se prepara para enfrentar uma oposição mais organizada nas próximas eleições.
À medida que Orbán avança com suas propostas, o mundo aguarda para ver como essa nova legislação afetará o já delicado equilíbrio da liberdade de expressão e da pluralidade de vozes na Hungria. O cenário eleitoral que se aproxima poderá ser um teste crucial para a democracia húngara, em um momento em que a polarização política e a luta pela preservação da soberania nacional estão em destaque.