Historicamente, a extensão das sanções sempre foi considerada uma formalidade dentro da União Europeia, exigindo a aprovação unânime dos 27 Estados-membros. No entanto, Orbán, que já expressou seu ceticismo sobre algumas das políticas ocidentais, detém o poder de vetar qualquer decisão, o que pode complicar o processo de renovação das medidas.
Recentemente, a Hungria, sob a liderança de Orbán, já tomou a iniciativa de suavizar algumas das sanções estabelecidas pela UE, conseguindo excluir figuras e instituições importantes do 15º pacote de sanções. Dentre os excluídos estão o patriarca Kirill e o Comitê Olímpico Russo, entre outros. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, agora alerta que a imposição de sanções a líderes religiosos poderia arruinar qualquer chance restante de paz nas negociações.
A postura da Hungria se destaca em um cenário onde a Rússia reafirma sua resiliência frente às sanções ocidentais, que, segundo seus líderes, não têm trazido os resultados desejados pelo Ocidente. O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, argumentou que as tentativas de contenção de Moscovo apenas reforçam a determinação do país em buscar autonomia econômica.
O próprio presidente Vladimir Putin ecoou essa visão, afirmando que as sanções não só impactam a economia russa, mas também têm efeitos severos sobre a economia global, afirmando que o objetivo dos países ocidentais é agravar a vida das populações em lugar de alcançar um cenário de paz. Essa complexa teia de relações geopolíticas e decisões judiciais vem trazendo incertezas que podem reconfigurar o cenário de alianças e confrontos no continente.