Oposição venezuelana denuncia dificuldades no registro de candidatos para eleições presidenciais: “Sistema está totalmente fechado”, afirmam líderes.

Nas últimas horas para o fim do prazo das inscrições dos candidatos que disputarão as eleições presidenciais na Venezuela, a oposição do país enfrenta dificuldades para registrar seus nomes. A inscrição dos candidatos deveria ser realizada através de um site disponibilizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), porém, os partidos políticos alegam estar sem acesso, o que tem gerado preocupações e críticas.

Corina Yoris, substituta do principal nome da oposição, María Corina Machado, que foi inabilitada pelo governo chavista, denunciou em uma coletiva de imprensa que todas as tentativas de inserir os dados foram frustradas devido ao sistema estar indisponível. Segundo ela, até mesmo a entrega da carta solicitando a prorrogação do prazo não foi possível presencialmente no CNE.

Além da Plataforma Unitária, na qual Yoris concorre, o representante da esquerda venezuelana, Manuel Isidro Molina, do Partido Comunista da Venezuela (PCV), também enfrentou dificuldades para inscrever seu nome nas eleições. Enquanto isso, o atual presidente Nicolás Maduro, que busca um terceiro mandato consecutivo, registrou sua candidatura sem contratempos, declarando emocionado seu compromisso em continuar trabalhando pelo país.

As complicações na reta final dos registros de candidatos acontecem após uma semana de tensão, na qual o núcleo da campanha de María Corina Machado foi alvo de prisões e mandados de prisão pelo Ministério Público venezuelano. A opositora, inabilitada de ocupar cargos públicos, havia vencido as primárias da oposição em outubro com ampla margem de votos.

A substituição de María Corina por Corina Yoris foi anunciada após pressões do governo, que tem tentado enfraquecer a oposição e garantir a vitória de Maduro nas eleições. Segundo o cientista político Jorge Morán, o chavismo tenta repetir o cenário de 2018, quando a oposição não conseguiu disputar o pleito devido a obstáculos semelhantes.

Diante das dificuldades enfrentadas pela oposição, diversos governos da América Latina manifestaram preocupação, afirmando que as denúncias colocam em dúvida a credibilidade do processo eleitoral na Venezuela. Vários países emitiram comunicados conjuntos expressando apoio a Corina Yoris e criticando as restrições impostas à participação da oposição nas eleições.

Enquanto isso, a contagem regressiva para as eleições presidenciais e parlamentares continua, com o CNE informando que 10 candidatos de diferentes organizações políticas já se registraram para a disputa. O cenário político na Venezuela permanece tenso e incerto, com o desenrolar dos próximos acontecimentos sendo aguardado com atenção pela comunidade internacional.

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