Oposição reúne assinaturas para CPI do Arroz em meio a suspeitas de irregularidades em leilão de importação liderado por ex-assessor de secretário.

Na manhã desta terça-feira, foi anunciada a reunião de 115 assinaturas pela oposição, liderada pela bancada ruralista na Câmara dos Deputados, para protocolar a CPI do Arroz. O objetivo da comissão é investigar o leilão suspenso pelo governo para a importação do cereal, que gerou polêmica e suspeitas de irregularidades.

No entanto, para que o requerimento seja formalizado, são necessárias 171 assinaturas, o que ainda não foi alcançado. Diante das controvérsias em torno do pregão, o governo federal decidiu realizar um novo processo de leilão, sem data definida até o momento.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, que estava envolvido no processo, foi demitido pela manhã, de acordo com informações de integrantes do governo. A decisão de realizar um novo leilão foi tomada em uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros Paulo Teixeira e Carlos Fávaro, além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Pretto destacou que, a partir das revelações sobre as empresas vencedoras do leilão, surgiram questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira dessas empresas para cumprir os compromissos envolvendo o dinheiro público. Por isso, optou-se por anular o leilão anterior e revisitar os mecanismos estabelecidos para realizar o novo certame.

Duas empresas criadas por um ex-assessor de Neri Geller atuaram como intermediárias na venda do arroz no leilão, o que gerou suspeitas de irregularidades. Além disso, a maior parcela do arroz foi vendida para uma mercearia de bairro de Macapá. A situação resultou na demissão do secretário, que colocou o cargo à disposição, segundo declarações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Com a repercussão negativa do caso, a Conab foi autorizada a comprar até 1 milhão de toneladas de arroz de países do Mercosul e de fora do bloco, a um custo de R$ 7,2 bilhões. Como parte das medidas adotadas, o governo decidiu reduzir a zero as tarifas de importação do produto, incluindo outros países fornecedores além de Argentina, Paraguai e Uruguai.

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