Os partidos Conservador e Progressista, de centro-direita, argumentam que as circunstâncias atuais de segurança, especialmente diante da crescente tensão na Europa, justificam uma reavaliação dessas regras. Os líderes da oposição, incluindo a ex-primeira-ministra Erna Solberg, criticaram os regulamentos como “irônicos”, ressaltando que a Noruega, como membro da OTAN e dependente da segurança fornecida pelos Estados Unidos, não pode continuar a se furtar de investir em empresas que produzem armamentos dos quais dependem para sua própria defesa.
O debate sobre essa política surge em um contexto em que a atitude dos investidores globais está mudando em relação ao setor de defesa. Com o aumento dos gastos militares em diversos países europeus, especialmente após declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que levantou a possibilidade de reduzir suas garantias de segurança, a pressão por reavaliações na política de investimentos norueguesa se intensifica.
Além disso, o fundo de petróleo da Noruega detém uma participação média de 1,5% de todas as ações globalmente listadas e 2,5% das ações na Europa, o que significa que uma mudança em sua política de investimento poderia influenciar outros investidores a reconsiderar suas próprias abordagens em relação a empresas de defesa.
Com um novo ministro das Finanças, Jens Stoltenberg, ex-chefe da OTAN, à frente do governo, as expectativas são de que a Noruega possa adotar uma postura mais flexível quanto ao que é considerado eticamente aceitável no setor de investimentos, especialmente em tempos de crescente tensão geopolítica. A governadora do Banco Central da Noruega, Ida Wolden Bache, também se manifestou, afirmando que o país deve estar preparado para revisar suas restrições de investimento, refletindo as mudanças dinâmicas na segurança e na indústria de defesa.