Os mandados de busca e apreensão foram executados em diversas regiões: Zona Norte, Zona Oeste e na Baixada Fluminense. Durante as ações policiais, foram apreendidos veículos de luxo e jet skis, que faziam parte do repertório dos influenciadores que promovem esse estilo de vida extremo online. A DRCI revelou que a investigação transcendeu o mero exibicionismo. Os envolvidos formavam uma rede organizada que não apenas capturava a atenção do público, mas também lucrava com publicidade, vendas de produtos, monetização de vídeos e organização de eventos clandestinos.
O levantamento inicial dos investigadores revelou uma estrutura típica: os influenciadores utilizavam hashtags idênticas, publicações sincronizadas e apareciam em colaborações conjuntas, sempre ostentando motos de alto valor e equipamentos alterados para causar impacto visual. Os crimes identificados incluem atentado à segurança de meios de transporte, receptação, adulteração de identificação de veículos, incitação ao crime e associação criminosa.
Um dos casos mais emblemáticos da operação envolve o influenciador Wandemberg da Silva Ribeiro, que ganhou notoriedade ao pilotar um jet ski adaptado com rodas sobre a Ponte Rio-Niterói. O episódio, gravado em janeiro, impressionou pela ousadia, com Wandemberg navegando descalço e sem qualquer equipamento de segurança, uma atitude que, segundo a polícia, não foi solitária. Ele contava com o apoio de uma equipe que seguia o jet ski em um carro de passeio, onde o veículo modificado havia sido deixado.
Wandemberg não se limitou à ponte; ele também foi flagrado transitando pela Linha Vermelha, Linha Amarela e até em faixas do BRT, sempre registrando suas ações para o público. O equipamento, descrito por ele como um “motojet”, na verdade era uma moto Suzuki AN125 com modificações. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que não existia autorização do Detran para a circulação daquele tipo de veículo, o que representa um elevado risco para a segurança no trânsito.
A DRCI destaca que esses influenciadores figuram como um “hub digital” de crimes de trânsito, utilizando suas plataformas para agendar encontros, divulgar rotas e promover operações clandestinas. Neste momento, as autoridades buscam interromper essa cadeia de publicações e coletar eletrônicos que possam ajudar na identificação de outros envolvidos, incluindo proprietários de veículos e financiadores das gravações. Até agora, além dos materiais digitais, motocicletas, quadriciclos e carros de luxo utilizados nas filmagens já foram apreendidos, dando um passo significativo no combate a essa forma de criminalidade.









