Operação Overclean revela esquema de corrupção de R$ 1,4 bilhão envolvendo políticos e empresários em diversos estados brasileiros.



A Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União, revelou um esquema de corrupção massivo que movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão em fraudes em licitações, superfaturamento de obras e lavagem de dinheiro. Esse complexo esquema envolvia políticos, empresários e servidores públicos em diversos estados brasileiros.

As investigações apontaram que o dinheiro ilícito tinha origem em contratos fraudulentos firmados entre empresas do grupo criminoso, como Allpha Pavimentações e Larclean Saúde Ambiental, com órgãos públicos. Esse processo era garantido por emendas parlamentares e convênios direcionados a municípios e estados, muitas vezes com a participação de servidores públicos corruptos.

As licitações eram fraudadas de forma a beneficiar empresas previamente selecionadas, enquanto contratos superfaturados ou fictícios eram celebrados, permitindo que o dinheiro público alimentasse a quadrilha. Serviços muitas vezes não realizados ou executados de maneira precária faziam parte desse esquema, juntamente com medições adulteradas e aditivos contratuais fictícios.

A movimentação do dinheiro desviado seguia métodos complexos para ocultar sua origem e dificultar a identificação. Empresas de fachada e pessoas físicas usadas como “laranjas” eram utilizadas para realizar transferências de recursos, com contas bancárias fictícias e de terceiros sendo utilizadas para movimentar grandes volumes de dinheiro. Transferências eletrônicas rápidas, incluindo via PIX, eram feitas para dispersar os valores entre diferentes contas, enquanto uma parte significativa do dinheiro era convertida em espécie através de empresas especializadas em movimentação de valores.

Além disso, as empresas simulavam serviços fictícios, como pavimentação e limpeza urbana, para justificar a entrada e saída de dinheiro nas contas do grupo, apresentando documentos falsificados para dar uma aparência de legalidade. Parte dos recursos desviados também foi utilizada para a aquisição de bens de luxo, como imóveis de alto padrão, aeronaves, barcos e veículos, resultando no bloqueio de R$ 162,3 milhões em bens relacionados aos investigados.

Os principais operadores desse esquema eram Alex Rezende Parente, responsável por coordenar as fraudes e organizar o pagamento de propinas, seu irmão Fábio Rezende Parente, encarregado de movimentar os recursos por meio de empresas fantasmas, e José Marcos de Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, que articulava os contratos fraudulentos junto aos agentes políticos. A complexidade e alcance desse esquema revelam a necessidade de investigações aprofundadas e punições adequadas para os envolvidos.

Com informações da Polícia Federal e demais órgãos envolvidos na Operação Overclean, espera-se que a Justiça atue de forma a coibir práticas corruptas e garantir a punição dos responsáveis por desviar recursos públicos em tão grande escala. A transparência e o combate à corrupção são fundamentais para o fortalecimento das instituições e a garantia da probidade na gestão dos recursos públicos em todo o país.

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