Segundo as investigações, foram encontrados indícios de que as atividades de mineração realizadas no local não seguiram os parâmetros de segurança estabelecidos na literatura científica e nos planos de lavra, que tinham como objetivo garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.
Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações importantes aos órgãos públicos encarregados de fiscalizar a atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já existiam problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.
Os investigados poderão responder por crimes como poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, entre outros delitos.
Cerca de 60 policiais federais estão cumprindo 14 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 11 em Maceió, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju, todos expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.
A Operação Lágrimas de Sal foi denominada dessa forma devido ao sofrimento causado à população pela atividade de exploração de sal-gema, que resultou na necessidade de mais de 60 mil pessoas deixarem suas casas devido aos riscos de desmoronamento e instabilidade do solo nos bairros afetados, como Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências.
A exploração do sal-gema ocorreu ao longo de 43 anos, causando instabilidade no solo e forçando a retirada massiva de moradores das áreas afetadas. A referência ao sofrimento causado às pessoas pelo deslocamento forçado devido à atividade de mineração reflete a gravidade do impacto causado pela exploração de sal-gema.
A Operação Lágrimas de Sal representa um marco importante no combate aos crimes ambientais e na busca por justiça para as comunidades afetadas pela exploração desenfreada de recursos naturais.