Segundo relatos de uma recepcionista que atua no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), os atrasos no pagamento já ocorreram diversas vezes nos últimos anos. Ela destaca que em janeiro deste ano, houve atraso no pagamento do vale-alimentação, algo inédito até então.
O medo dos funcionários aumentou após as operações policiais na empresa, com receio de que a R7 declare falência e eles fiquem sem receber a rescisão contratual. A incerteza também é alimentada por informações de que a empresa estaria utilizando laranjas em suas operações.
Outro funcionário do MDH relata que a preocupação é comum entre os colaboradores, principalmente após surgirem notícias de irregularidades envolvendo a empresa e o possível fechamento repentino dela, deixando os trabalhadores desamparados.
Carlos Tabanez, ex-policial civil e ex-deputado distrital, que se apresentava como fundador da R7, foi preso pela PF por porte ilegal de arma de fogo. A empresa enfrenta pelo menos oito inquéritos civis e duas ações civis no Ministério Público do Trabalho, relacionados a irregularidades trabalhistas.
Além disso, a R7 Facilities demitiu oito funcionários que protestaram contra os salários atrasados, levantando suspeitas de motivação política nas demissões. A empresa negou desligamentos em massa e reafirmou compromisso com seus colaboradores.
A Operação Dissímulo da Polícia Federal, com apoio da CGU e Receita Federal, cumpriu 26 mandados de busca e apreensão na sede da R7 e em outros locais do DF, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em fraudes em licitações na área de terceirização. Empresas ligadas estarão sendo investigadas, incluindo a R7 Facilities.
A empresa não se manifestou sobre as investigações da PF e a situação dos funcionários permanece incerta. O cenário de instabilidade financeira e legal da empresa lança incertezas sobre o futuro dos trabalhadores que, mais uma vez, se veem vulneráveis diante da situação.