Para entender melhor o panorama dessa colaboração estratégica, a Sputnik conversou com o analista político venezuelano Armando Carrieri, que ofereceu insights sobre os antecedentes, objetivos e desafios da operação binacional. Carrieri destacou a importância da operação “Relâmpago do Catatumbo” no âmbito da operação “Autana”, liderada pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) desde 2023.
Segundo o analista, essas ações estão alinhadas com a doutrina de segurança e defesa territorial da Venezuela, que visa proteger a fronteira nacional e garantir a presença do Estado em todo o território. Com o contexto de conflito armado na Colômbia afetando a segurança na fronteira venezuelana, a articulação binacional com o governo colombiano se torna essencial para reforçar a segurança em ambas as nações.
Uma mudança significativa nas relações bilaterais surge com a chegada do presidente colombiano, Gustavo Petro, que adota uma postura mais soberana e voltada para a paz nos assuntos bilaterais, em contraste com seus antecessores. Essa nova abordagem visa romper com agendas alinhadas a interesses estrangeiros que perpetuaram o conflito na região fronteiriça, marcando uma evolução na dinâmica de poder na região.
A coordenação entre os governos para proteger a extensa fronteira comum, que abrange mais de 2 mil quilômetros, sem a presença do Exército dos Estados Unidos, também envia uma mensagem clara aos EUA. Carrieri ressaltou que essa decisão reflete uma nova geopolítica baseada na multipolaridade e na cooperação entre nações, impulsionando um futuro mais promissor nas relações bilaterais.
Apesar dos desafios e das influências externas, a operação conjunta entre Colômbia e Venezuela representa um avanço histórico que pode estabelecer as bases para uma paz duradoura e segura na região fronteiriça. A união das forças armadas para abordar problemas compartilhados é vista como um passo fundamental para um futuro mais esperançoso entre as nações.