A UNRWA enfrenta dificuldades crescentes devido ao cerco em andamento e aos obstáculos impostos pelas autoridades israelenses, que incluem restrições severas à quantidade de ajuda que pode ser enviada para a região. Além disso, a insegurança nas rotas que levam à Faixa de Gaza e a ameaça a trabalhadores humanitários também contribuíram para a interrupção das operações. Lazzarini fez um apelo ao governo de Israel para que garanta a segurança dessas rotas e respeite o trabalho dos profissionais envolvidos na entrega de assistência.
A crise humanitária em Gaza já tinha sido descrita como uma das mais severas da história recente. Em um depoimento anterior, o ex-chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, destacou que a situação havia deixado os direitos humanitários em um estado crítico, afirmando que o volume de ajuda recebida por Gaza estava no nível mais baixo desde o início das hostilidades no conflito.
Os eventos que desencadearam essa crise foram marcantes. No dia 7 de outubro de 2023, Israel sofreu um ataque massivo de foguetes disparados da Faixa de Gaza, seguido por uma infiltração de combatentes do Hamas que resultou em enfrentamentos armados com civis e militares israelenses. Este ataque inicial levou a Forças de Defesa de Israel (FDI) a lançar a Operação Espadas de Ferro, que implementou um bloqueio total da região, resultando em um alto custo humano, com o número de mortos na Faixa de Gaza superando 44.200 de acordo com autoridades locais.
Diante desse cenário devastador, a suspensão das entregas de ajuda humanitária pela UNRWA representa um duro golpe para os residentes da Faixa de Gaza, que já enfrentam uma grave escassez de alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas. A continuidade da situação atual levanta preocupações sobre como os civis, em meio a um círculo de violência e restrições, conseguirão sobreviver nas semanas e meses vindouros. A comunidade internacional observa com crescente apreensão o desenrolar dos eventos e as suas repercussões humanitárias devastadoras.