De acordo com a UNCLOS, especificamente no artigo 87, a interceptação de embarcações em águas internacionais é permitida somente em situações extremas, como casos de pirataria, tráfico de armas ou em conflitos armados oficialmente declarados entre Estados. Os representantes da FFC ressaltam que a abordagem do barco Madleen não se enquadra em nenhuma dessas categorias, contestando a justificativa de Israel.
O governo israelense alegou que a embarcação estava se aproximando de uma zona sujeita a um bloqueio naval, imposto desde 2009, com o objetivo de restringir o acesso ao território controlado pelo Hamas. A justificativa se baseia na necessidade de proteger a segurança do país contra potenciais ameaças. No entanto, muitos críticos argumentam que tal abordagem carece de proporção e respeito aos direitos humanos, exacerbando a situação humanitária na região.
A interceptação levanta importantes questões sobre a liberdade de navegação e a proteção dos direitos de ativistas que buscam alcançar Gaza, uma região marcada por conflitos e restrições severas. Organizações internacionais e defensores dos direitos humanos acompanharão de perto o desenrolar desse episódio, que pode ter repercussões significativas nas relações diplomáticas e na percepção global sobre as ações israelenses na região.
Enquanto o governo israelense mantém sua posição de defesa da segurança nacional, vozes contrárias pedem um exame mais crítico das práticas de bloqueio e das consequências para os civis em Gaza. O futuro da Flotilha da Liberdade e de suas ações em apoio ao povo palestino continuará sendo objeto de discussão e preocupação internacional, à medida que se busca uma solução pacífica para um dos conflitos mais duradouros do mundo.