Itapira, filha da onça Isa, estava com as patas queimadas e outras lesões, o que a impossibilitava de sobreviver sozinha. Um rifle foi usado para atirar um dardo anestésico na onça, para que ela pudesse receber cuidados veterinários adequados. O importante órgão sensorial conhecido como rosetas pretas estava intacto, o que aumentou as chances de sobrevivência do animal.
Apesar dos esforços para salvar as onças, outros felinos não tiveram a mesma sorte. Pelo menos quatro morreram devido aos incêndios, incluindo Antã, que faleceu no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres em Campo Grande. O bioma sofreu danos significativos, resultando em prejuízos estimados em R$ 2,5 milhões para a ONG Onçafari.
A reabilitação das onças incluiu tratamentos como curativos e ozonioterapia, além de garantir que não se acostumassem com a presença humana. Miranda e Itapira foram soltas com rádio-colares para monitoramento. A importância da preservação das onças-pintadas vai além de sua beleza, elas desempenham um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema.
Apesar das adversidades causadas pelos incêndios, a natureza mostra sua resiliência. A bióloga Rampin testemunhou o nascimento de diversas crias e a reprodução de diversas espécies após o desastre. A esperança agora está nas mãos das onças-pintadas, que poderão contribuir para a recuperação do Pantanal com sua reprodução.
O trabalho incansável de profissionais, como Lilian Rampin e as equipes do Onçafari e Gretap, é fundamental para garantir a preservação dessas magníficas criaturas e do delicado equilíbrio ecológico do Pantanal. Cada passo dado em direção à recuperação desse bioma tão ameaçado representa uma vitória na luta pela conservação da biodiversidade.