A estratégia de eleger sucessores de fachada, aliados ou familiares dos ex-prefeitos, enquanto estes continuam a exercer influência e controle sobre as decisões estratégicas, traz à tona a preocupação com a concentração de poder em poucas famílias ou grupos políticos. Essa prática, embora legal, é vista por especialistas como um desvio ético que compromete o equilíbrio democrático e dificulta a alternância de poder.
A centralização do poder em mãos de poucos cria um ciclo de domínio que vai contra os princípios da democracia, impedindo a renovação política e mantendo as mesmas dinâmicas administrativas e políticas. A presença de ex-prefeitos em cargos estratégicos, como Gilberto Gonçalves em Rio Largo, ou a manutenção de aliados em postos-chave, como em Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios, reforça a continuidade do status quo político e limita a participação de novas lideranças.
A perpetuação de oligarquias políticas não só compromete o processo democrático, mas também levanta questões sobre o futuro da administração municipal no Brasil. É urgente uma revisão das legislações eleitorais e maior fiscalização para evitar a concentração de poder em mãos de poucos grupos políticos. Enquanto isso, a população segue assistindo à continuidade de práticas desgastadas e à promessa distante de renovação na gestão pública.