Na resolução, é exigido que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela publique as atas com os resultados da votação em cada mesa eleitoral de maneira expedita. Além disso, o texto pede que seja permitida uma verificação imparcial dos resultados. A preocupação com as graves irregularidades e a violência associadas ao processo eleitoral foi um ponto de destaque, e a resolução faz um apelo ao governo venezuelano para que respeite o direito à reunião pacífica sem represálias, evite detenções e encarceramentos arbitrários e garanta julgamentos justos.
O documento, apresentado pelos Estados Unidos, recebeu o apoio de vários países, incluindo Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai. A comunidade internacional tem pressionado pela publicação das atas eleitorais desde que o CNE proclamou a vitória de Maduro sobre o candidato opositor, Edmundo González Urrutia, na noite das eleições.
Maduro foi declarado vencedor para um terceiro mandato de seis anos, até 2031, com 52% dos votos. No entanto, a oposição, liderada por María Corina Machado, considera o resultado fraudulento. Eles criaram um portal onde afirmam ter apresentado mais de 80% das atas eleitorais, testemunhadas no dia da votação, que indicariam a vitória de González com quase 70%. María Corina, que foi impedida de participar da eleição, ofereceu entregar esses documentos para verificação pelo governo brasileiro, mas o governo rejeitou uma apuração paralela, reforçando a necessidade de que o governo venezuelano apresente as atas.
A crise eleitoral na Venezuela gerou grandes tumultos, resultando em 25 mortes e mais de 2.400 detenções. O governo chavista tem se mostrado inflexível, reprimindo violentamente críticas, especialmente nos setores mais pobres. Este contexto de repressão tem chamado a atenção de diversas entidades internacionais.
Anteriormente, o Conselho Permanente da OEA já havia se reunido em 31 de julho para discutir uma resolução similar, que não foi aprovada por falta de votos suficientes. Além disso, a União Europeia e 22 países assinaram uma declaração conjunta exigindo uma verificação imparcial dos resultados das eleições na Venezuela.
Com a nova resolução da OEA, a pressão internacional sobre o governo de Nicolás Maduro aumenta, acentuando a necessidade de uma solução transparente e justa para a crise eleitoral no país.