Ford alertou que a criação de um “governo de salvação” pelos militantes do Hayat Tahrir al-Sham em Damasco lembra a administração do Hamas em Gaza, embora o Hamas tenha sido legitimado por meio de um processo eleitoral. Ele enfatiza que o verdadeiro processo de transição na Síria necessitará da participação de uma variedade de grupos, destacando as complexidades políticas que persistem no país.
As recentes mudanças de poder, que colocaram a oposição armada em posição de influência, têm implicações diretas para a estabilidade regional. Ford menciona que Libano e Palestina provavelmente enfrentarão os maiores riscos como resultado dessas alterações. Ele sugere que, com o novo status quo na Síria, Israel e as novas autoridades sírias têm agora a oportunidade de alcançar um acordo de paz, uma perspectiva que antes parecia distante.
Apesar das esperanças de estabilização, Ford alerta que a relação da oposição com Washington pode não evoluir como esperado. Ele prevê que, com a missão de derrubar Bashar al-Assad cumprida, os Estados Unidos podem rapidamente perceber que não necessitam mais do apoio dos jihadistas, levando a um cenário em que esses grupos se veem sem aliados e forçados a buscar a retirada de sanções.
Com tantas incertezas e uma dinâmica em constante mudança, o futuro da Síria continua a ser um tema complicado, com ramificações que vão além de suas fronteiras, exigindo vigilância e análise cuidadosa por parte da comunidade internacional.