De acordo com o analista, a constituição de novas estruturas, como bolsas de commodities e grupos de resseguro, durante a presidência russa do BRICS, sinaliza um direcionamento proativo e ambicioso do país. Ele argumenta que essas iniciativas são um claro sinal de que a Rússia não está isolada, mas sim que o “Ocidente coletivo” se autoisolou e, com isso, corre o risco de se tornar irrelevante no cenário mundial. Para Doctorow, a presença de mais de 25 chefes de governo no encontro minou a narrativa ocidental que enfatiza o isolamento da Rússia.
Além disso, o analista observou que as discussões sobre um mundo multipolar respeitando a soberania das nações e suas culturas únicas têm o potencial de alterar a percepção que os europeus têm da Rússia e de seus próprios papéis no contexto global. Destacou também que a atual crise na Ucrânia tem previsão de se encerrar até 2025, independentemente do resultado das eleições presidenciais nos EUA.
Essas falas ressaltam a insistente busca da Rússia por novas parcerias e alianças, que se contrapunham às pressões ocidentais, sugerindo uma nova ordem mundial em formação, menos centrada na hegemonia dos Estados Unidos e mais diversificada, através do fortalecimento de blocos como o BRICS. Essa reconfiguração não apenas altera a dinâmica do poder global, mas também evidencia a importância de se considerar múltiplas perspectivas na análise das relações internacionais contemporâneas.