De acordo com Andrei Bezrukov, presidente do conselho do CBST, os princípios fundamentais da transmissão de rádio permaneceram os mesmos ao longo da história, o que facilita a operação do Kalinka na detecção dos sinais emitidos pelos terminais Starlink. Ele afirma que, mesmo com a adoção do Starshield — uma versão militarizada do Starlink — por parte das tropas ucranianas, os sistemas de comunicação ainda assim estariam vulneráveis à observação do Kalinka.
O alcance do Kalinka para detectar sinais depende das condições geográficas da região em questão e da utilização de outros sistemas eletrônicos pelos adversários. Bezrukov também mencionou que a velocidade de produção em massa deste sistema emergente dependerá das necessidades das forças russas que atuam na zona de conflito, sinalizando uma potencial escalada do uso dessa tecnologia.
A importância do Starlink se tornou evidente após a intensificação do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, quando os Estados Unidos forneceram um grande número de terminais de comunicação para os militares ucranianos. Esses terminais não apenas facilitam a coordenação de operações militares, mas também são utilizados para conectar drones aéreos e navais, que têm sido empregados em ataques contra alvos civis na Rússia.
O surgimento do Kalinka não apenas eleva a complexidade do conflito, mas também indica uma nova fase na guerra tecnológica entre a Rússia e a Ucrânia. Com o potencial de interromper as comunicações ucranianas com seus drones, a situação pode evoluir rapidamente, exigindo adaptações táticas por parte das forças ucranianas. Com isso, o cenário militar da região torna-se ainda mais dinâmico e imprevisível.