Nova instrução normativa do TCU permitirá a fiscalização de emendas parlamentares, ampliando transparência e controle dos recursos públicos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) está trabalhando em uma instrução normativa que permitirá a fiscalização das emendas parlamentares individuais do tipo “transferências especiais” feitas para estados e municípios. A informação foi divulgada aos membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) em uma audiência.

Essas emendas, criadas em 2019 pela Emenda Constitucional 105, foram criadas como uma alternativa mais rápida para a liberação de recursos, sem a necessidade de convênios ou projetos específicos. No entanto, a falta de transparência no uso desses recursos tem levantado preocupações.

O chefe da representação do TCU no Rio Grande do Sul, Guilherme de Souza, explicou que o tribunal decidiu que a fiscalização da execução dos recursos deve ser feita pelos tribunais de contas estaduais e municipais, uma vez que o dinheiro passa a ser dos entes federados. O TCU ficará responsável por fiscalizar as condicionantes legais para a liberação das emendas, como a proibição de pagamento de pessoal ou dívidas e a aplicação de 70% em investimentos.

Para o consultor de Orçamento do Senado, Fernando Moutinho, é necessário implementar um sistema de fiscalização automatizado, uma vez que são milhares de desembolsos individuais fragmentados e não é possível trabalhar isso em fiscalizações tradicionais.

A deputada Adriana Ventura ressaltou que metade dos recursos das transferências especiais está concentrada em menos de 10% dos municípios e que não há transparência na destinação desses recursos. Segundo ela, a fiscalização das transferências relativas às emendas individuais precisa ser implementada o quanto antes, especialmente com a possibilidade de repasses similares serem feitos por meio de emendas de bancadas estaduais.

No entanto, ainda existem dúvidas sobre como será feita essa fiscalização. O presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Fernando Guimarães, questionou se ela ficaria restrita à legalidade e conformidade das despesas, ou se também englobaria a finalidade específica do recurso.

Os consultores de Orçamento do Senado e da Câmara, Fernando Moutinho e Dayson de Almeida, ressaltaram a importância da transparência das transferências especiais para avaliar as prioridades de políticas públicas e permitir o controle social.

Até o momento, o governo liberou apenas recursos relativos a transferências não pagas do Orçamento de 2022. A expectativa é que a instrução normativa do TCU permita uma melhor fiscalização dos recursos das emendas parlamentares individuais, garantindo sua correta aplicação e transparência no uso.

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